segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Natal

“Filho, serás feliz!” Era a voz de Maria
que, entre beijos e lágrimas, dizia,
ao ver seu grande filho que nascia
de olhos azuis e cabecinha loura.
Foi no palácio de uma estrebaria
no berço de ouro de uma manjedoura.
Lá fora, em céu tranqüilo, uma estrela luzia.
A areia do areal machucada rangia:
eram os passos dos camelos, eram
três vultos numa sombra que crescia...
E os Reis Magos trouxeram
para o Senhor do Mundo que dormia
Ouro, Incenso e Mirra.
Aleluia! Aleluia! Alegria! Alegria!
Um era preto como a noite;
outro moreno como a tarde;
outro era claro como o dia.
Ajoelharam-se trêmulos de espanto
diante da estrela humana que nascia.
Mas, no silêncio em torno só se ouvia:
“Filho, serás feliz!” – sempre a voz de Maria,
martirizada, cadenciada.
Era mãe e previa
no seu saber profundo,
como ia ser rude a jornada
e como sofreria
seu pequenino Deus – Senhor do Mundo.
(Poema de Olegário Mariano – em Toda uma vida de poesia)

Encontrei este poema nas saudosas relíquias de minha infância: uma Prova de Português da 6ª Série. Ah, minha nota foi 50, abaixo da média 70. Interpretação ruim... eu nada entendia de poesia. Mas, já estou aprendendo...
Nélsinês

domingo, 26 de dezembro de 2010

Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai-Noel...

Acho que "Papi Nonhél"
confundiu as meias
as minhas, vazias, feias.
As dos políticos,
gordas, cheias!
61% ... Blergh!!!
Isso é escárnio com a nação!
Mas, o povo gosta... e vota
e se vende por quaiquer promessa
desde que se faça festa!
êita, Brasil!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Natal

Que a luz divina nos penetre as mentes e corações neste Natal e em todos os dias para que possamos fazer de nossa vida um iluminar caminhos.
                             Nélsinês

domingo, 5 de dezembro de 2010

PAMPA E SONHO

Poema premiado com troféu no III Concurso da FECI – Internacional

Na colina o sol poente
abençoa a peonada
reunida na invernada
em volta do braseiro
cevando o amargo na humildade
cachimbo da paz e amizade
do gaúcho hospitaleiro
e da prenda sorridente.

Cheiro de campo em flor
na aurora de cada dia
vai-se o tempo de tosquia
troteia o pingo no rodeio
e a gaita ensaia vaneira
em homenagem caborteira
ao Negrinho do Pastoreio
destas terras, o senhor.

De mártires e heróis, chão sagrado
no rancho do velho pampeano
um candeeiro e saudade tanta
um cusco manso que se espanta
e assobia manhoso o minuano.
Quem dera voltassem agora
risos trigueiros, valores de outrora
vivendo o gaúcho, altivo e soberano
sua vida sem assombros nem enfado.
Nélsinês