Quanto vales, Professor?
“Fiquem com
os ônus, nós colheremos os bônus”.
Essa foi a mensagem que repassaram aos professores das escolas os colegas CCs,
na última assembleia do sindicato. Que tenham sofrido pressão, nós até
acreditamos. Que não teríamos o apoio de deles, a gente também já sabia, mas
daí a irem para a assembleia votar contra nossas propostas e a favor do governo
municipal, estando fora dos problemas das escolas, já é covardia. Que ameaças
houve para tão triste atitude, que ultrapassasse o temor máximo de perderem o
FG e terem de voltar para a sala de aula? Bem, baixaram a cabeça uma vez, terão
de o continuar fazendo. Ou pensam que isso lhes dará alguma garantia de que,
quando não servirem mais aos interesses do poder, não sejam descartados? O poder
lhes impôs o medo? Era esta a hora de reagir para que depois não lhes sejam
impostos grilhões piores que o medo. Lembremos o
que disse Martin Niemöller, em 1933: "Um
dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me
incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era
comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e
levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No
quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para
reclamar..."
E aos colegas que não foram, por que não? Ainda não
se conscientizaram que, se não fizermos valer os espaços que ainda existem,
também estes perderemos? Ainda não se conscientizaram que valemos bem mais do
que nos oferecem e do que nos considera a sociedade? Já é mais do que hora de
reivindicarmos mais consideração e respeito conosco! Já dizia Maiakovski: “Na primeira
noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite,
já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada. Até
que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não
poderemos dizer nada.” (Maiakovski - Poeta russo "suicidado" após
a revolução de Lenin…)
Queremos formar cidadãos conscientes, críticos e
comprometidos, mas precisamos exercer nossa cidadania, cobrando os direitos
conquistados. Afinal, o voto só não basta, se não for fiscalizado... bem
conhecemos nossos políticos! Além de que, atualmente nem temos a garantia de
que nosso voto realmente conta... enquanto o mesmo não for impresso para
possibilitar conferência.
Hoje fui no “Prefeito na Estação”, no bairro Niterói.
Apresentei meus protestos e algumas reivindicações. Sim, apresentei as minhas
ideias, mas que também são as/ou beneficiam a maioria. Estou fazendo a minha
parte. Conto com a classe que, suponho, deva ser a mais politizada em vista de
ser essencialmente educadora. Não basta sermos cumpridores do dever, precisamos
que a sociedade reconheça isto, bem como os desafios e cargas com que estamos
sobrecarregados. E não estamos reivindicando apenas direitos para nós, mas para
as escolas, para os alunos, a comunidade que atendemos. A sociedade precisa
compreender isto.
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Ah, em breve atualizarei meus questionamentos sobre o Plano de carreira. Parece que a há um movimento de tartaruga e iniciar mudanças nele. .. veremos no que vai dar.
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