“No meio da noite me pergunto:
o que será do meu país?”
Desmoronaram muralhas
quebraram-se as grades e se abriram
os cadeados das correntes...
A liberdade proclamada
soa hoje tão sinistra...
Ninguém, a não ser o dinheiro,
é dono do poder.
Todos opinam sobre tudo
e ninguém dá ouvidos a nada...
Muitos direitos todos têm
na lei mais democrática...
mas, para tê-los respeitados
não se têm a quem recorrer.
Pois, quem proclama direitos
não cumpre o seu dever.
A bandeira no mastro sobe lenta
e tristemente...
abandonada pelo olhar de quem
canta o hino tropeçando,
sem conhecer o sentido
das palavras... da palavra... Pátria!
Hoje, muito menos amada
muito mais ultrajada
pelos próprios filhos seus!
Já não é o Brasil risonho
já não tem seu céu azul límpido
(está vermelho... que tristeza!)
e o presente
nada espelha de grandeza!
Oh! Pátria... amada... idolatrada...
cuja história, tantas vezes,
com sangue foi escrita! ...
por heróis agora desnudados
e transformados em vilões...
trocados por outros
que não fazem derramar sangue, mas...
sugam-no, gota após gota, dia após dia...
imunes, impunes da culpa sem escrúpulos!
Oh! Pátria... querida... ferida...
que dizer a teus filhos sobre o amanhã?
“No meio da noite me pergunto:
o que será do meu país?”
Nélsinês
(Entre aspas cito Pablo Neruda)
(Publicado na II Coletânea da Casa do poeta de Canoas)
Nélsinês
(Entre aspas cito Pablo Neruda)
(Publicado na II Coletânea da Casa do poeta de Canoas)
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