sábado, 30 de julho de 2011

Ainda dá tempo de se inscrever - vagas limitadas



Curso Completo de Literatura Brasileira
Organização: Casa do Poeta de Canoas
Ministrante: Prof. Dr. Cícero G Lopes



1) Proposta programática:

1) Noções do que se pode entender por literatura, qual sua finalidade, por que se costuma estudá-la. Outros conceitos e noções indispensáveis referentes ao estudo de literatura.
2) Desenvolvimento da literatura no Brasil de 1601 a 2010: Barroco-Maneirismo, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Simbolismo, Pré-modernismo, Modernismo, Pós-modernismo.
3) Leituras comentadas de textos representativos dos diversos momentos estilístico-ideológicos da literatura brasileira.

2) Duração do curso:
O curso deverá desenvolver-se em cinco encontros de duas horas:
3, 10, 17,24 e 31 de agosto (quartas-feiras) – das 19h até 21h.
3) Local do curso:
Auditório da Secretaria Municipal de Cultura (Rua Ipiranga, 105 – Centro – Canoas).
Obs.: Neste local não serão feitas inscrições nem se obterá informações sobre o curso.

4) Público:
O curso é aberto. Destina-se a professores, vestibulandos, estudantes do Ensino Médio, escritores, interessados em refletir sobre a arte da literatura e conhecê-la mais claramente.

5) Inscrições:
O curso será instalado com no mínimo 20 inscrições e com no máximo 40. O investimento será de R$ 35,00 por inscrição. Não será devolvido valor em caso de desistência e a inscrição somente será efetivada após pagamento da taxa.
A inscrição pode ser feita pelo site www.casadospoetas.com.br encaminhando comprovante de depósito.
6) Contatos: F.: 9669 4615 / 3476 4431 / 9549 2772  e-mail: poeta@casadospoetas.com.br

7) Desenvolvimento do programa
1º encontro (3/8): Literatura: noções. Literatura brasileira. Desenvolvimento da literatura brasileira: delimitações temporais, marcas estilísticas e sustentações ideológicas.
2º encontro (10/8): Barroco-Maneirismo e Arcadismo.
3º encontro (17/8): Romantismo e Realismo.
4º encontro (24/8): Simbolismo e Pré-modernismo.
5º encontro (31/8): Modernismo e Pós-modernismo.

8) Tipo de curso
Curso teórico e prático completo de literatura brasileira: abrange todo o desenvolvimento da literatura brasileira. O adjetivo completo, contudo, não deve deixar entender o estudo da totalidade dos autores brasileiros, porque isso é impossível, mesmo em cursos de Letras.
A parte teórica contemplará informações sobre o desenvolvimento da literatura no Brasil. A parte prática constará de leituras e demonstrações de marcas estilísticas e fundamentações ideológicas dos textos.
9) Organização do curso
Serão disponibilizadas fotocópias dos textos a serem trabalhados no curso. Também estará disponível apostila com textos comentados da literatura brasileira que poderá ser adquirida opcionalmente.
10) Bibliografia
ALVES, A. de Castro. O navio negreiro. (Quarta e quinta partes.) Os escravos.
ANDRADE, Mário de. Agora eu quero cantar. Lira paulistana.
ASSIS BRASIL, L. A. [Excerto do cap. 6.] A prole do corvo.
ASSIS, J. M. Machado de. Ao leitor. Memórias póstumas de Brás Cubas.
ASSIS, J. M. Machado de. Cap. 74 – A história de dona Plácida. Memórias póstumas de Brás Cubas.
AZEVEDO, J. A. Álvares de. Lembrança de morrer. Lira dos vinte anos.
BANDEIRA, Manuel. Poética. Libertinagem.
BARROS, Manoel de. Mundo pequeno. [Terceira parte do poema.] O livro das ignorãças.
BARROS, Manoel de. Retrato quase apagado em que se pode ver perfeitamente nada. [Quinta parte do poema.] O guardador de águas.
BRUM, Nilo B. de. Das salamancas. In CCNRS. Programas, poemas e informações úteis. Uruguaiana: 12º CCNRS, 1982.
CORREIA, Raimundo. Mal secreto.
DIAS, A. Gonçalves. Canção do exílio. Primeiros cantos.
DIAS, A. Gonçalves. O canto do piaga. Primeiros cantos.
FERREIRA GULLAR. [José Ribamar Ferreira.] Notícia da morte de Alberto da Silva. Antologia poética.
GAMA, Basílio da. [A morte de Lindoia. Excerto do canto quarto.] O Uraguai.
LOPES NETO, J. S. Trezentas onças. Contos gauchescos.
MARTINS, Cyro. [Excerto do cap. 30: quinze parágrafos finais com respetivos diálogos.] Estrada nova. Porto Alegre; Movimento.
MATOS, Gregório de. À inconstância das coisas do mundo.
MELO NETO, J. Cabral de. Catar feijão. Educação pela pedra.
RAMOS, Graciliano. Fabiano. Vidas secas.
SCHÜLER, Donaldo. O monarca das coxilhas. O tatu. Porto Alegre: Movimento.
SCLIAR, Moacyr.  Os leões. O carnaval dos animais.
SOUZA, J. da Cruz e. Cárcere das almas. Últimos sonetos.
TREVISAN, Armindo. Oração por uma criança. O ferreiro harmonioso. Porto Alegre: Globo.
WAMOSY, Alceu. Oferta. Coroa de sonhos. Poesia completa. Porto Alegre: Org. por J. É. de Lima Alves. Porto Alegre: Alves : IEL : Edipucrs.
WAMOSY, Alceu. Por quê? Flâmulas. Poesia completa. Porto Alegre: Org. por J. É. de Lima Alves. Porto Alegre: Alves : IEL : Edipucrs.
Obs.: Não aparecem dados bibliográficos completos nos casos em que os textos podem ser encontrados em diversas edições e em livros didáticos. A bibliografia pode ser obtida também na internete (exceto textos de Alceu Wamosy, Armindo Trevisan, Assis Brasil, Cyro Martins, Donaldo Schüler).

Mas, afinal qual o verdadeiro valor do Piso Nacional?

do Blog do nucleo 14 cpers:

 30.07.11  
"Segundo Valdecy Alves, tanto o valor do MEC quanto o valor da CNTE estão incorretos. Destaco abaixo suas afirmativas:

"O VERDADEIRO VALOR DO PISO DO MAGISTÉRIO PARA 2011 - CONFORME A LEI DO PISO - LEI FEDERAL Nº 11738/2008 - NEM O PIRATA DO MEC - NEM O DEFENDIDO PELA CNTE "

"R$ 1.450,85. É REALMENTE O PISO LEGAL, QUE PODE SER DEFENDIDO EM QUALQUER TRIBUNAL DO BRASIL."

Fonte:   Blog  Valdecy Alves

Comentário:
Na matéria publicada por Valdecy encontramos toda a explicação de como chegar o valor de R$ 1.450,85."

terça-feira, 26 de julho de 2011

Amigos, vale a pena ler este texto... Formidável!!!

                          "NO CHÃO DA ESCOLA

     Passada a redemocratização eleitoral, a reorganização popular e o fervor político dos anos 80 e 90, percebemos hoje uma crescente despolitização que, aliada a massificação são um campo aberto a corrupção que vai se entranhando nas veias da sociedade. O sentimento de impunidade acaba por minar a capacidade de indignação e reação. Movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, igrejas já não são mais referências. Convivemos com degradação da estrutura familiar, o descrédito das instituições, a falta de identidade do “quem sou eu”, a falta de noção de limites e disciplina, de certo e errado, de bem e mal. A sociedade sente-se órfã e instala-se gradativamente uma profunda crise de valores.
    Na educação não é  diferente.
    Novos governos, novos projetos...  Renova-se a esperança... Reacendem-se  os sonhos. Até quando?
   Os que ontem nos atacavam, hoje dizem nos defender; os que ontem nos defendiam, hoje defendem o Estado. Trocam o papel situação x oposição, oposição x situação; mas, nós, profissionais da educação, continuamos  excluídos das prioridades.
   Na nossa história, passamos por quantos projetos de educação? Educação do Estado? Educação de Estado?  ou, Educação dos Partidos? Quantas teorias já nos foram colocadas, muitas vezes, tratados como simples “cobaias de laboratório”. E, da mesma forma, nós reproduzimos o processo na sala de aula.
    A pergunta que não quer calar:
    Quais ou qual governo nos deixou saudades?

    Há 10, 20, 30 anos ... governo a governo, somos os “responsáveis” pela falência do Estado. Isto é estratégico? É real? Ou é político? Por que sempre o mesmo filme?
    Há quanto tempo nos perseguem com o QPE, Calendário Rotativo, Demissão Voluntária, com o fim do Plano de Carreira, com a Meritocracia e sempre, sempre com míseros salários. Torna-se vergonhosa a comparação salarial com qualquer outra categoria. Todos os setores da sociedade, percebem hoje, a valorização da mão de obra. A exceção, continuam sendo, os trabalhadores da educação.

    Da mesma forma, também percebemos a falta de comprometimento de muitos profissionais, que diante da problemática da educação, perderam, ou mesmo, lhes foi tirada toda a motivação, ao longo de sua história, muitas vezes, esperando tão somente o momento de  sua aposentadoria.

    Como se isto não bastasse, no chão da escola, o professor(a) tem virado “saco de pancada”, “pau pra toda obra”. Somos meio pai, meio mãe, meio polícia, meio médico, meio psicólogo, meio padre/pastor(a) e às vezes até professor(a). O desrespeito e a violência são crescentes. A autoridade do professor(a) é questionada.
A sociedade ainda vai pagar um preço muito alto pelo descaso, pelo desprezo e não valorização do professor(a).  É só ver, quantos jovens ainda sonham em ser professor(a)?

    A universalização propiciou o acesso de todas as crianças à escola. Significou um avanço extraordinário, mas trouxe também para a escola todas as realidades. Passa-se a enfrentar sérias dificuldades para trabalhar com turmas heterogêneas, com interesses totalmente distintos.
    O que fazer com o aluno que “não quer estudar”, “não quer nada com nada”? Como agir com crianças/adolescentes que estão na escola por “força da lei”? Não se interessam, a aprendizagem não faz parte do seu cotidiano. Além disso, criam problema diariamente e, principalmente, atrapalham a aprendizagem dos demais. Fala-se do seu direito de ir à escola, mas, onde fica o direito de aprender dos alunos dedicados, dos que vêm à escola com o intuito de aprender?
    Nos dizem: “as aulas tem que ser agradáveis”
                      “as aulas tem que ser diferentes”
                      “as aulas não podem ser cansativas”
                      “Ah, isso eu não gosto”...
    A quem interessa a Cultura do Mais Fácil ? A cultura do barulho? Que tipo de cidadão se quer formar? Que tipo de sociedade? Para onde isso vai levar?

    Acreditamos que este é o momento de apontar as dificuldades com que nos defrontamos no dia a dia. Mas, nem tudo está perdido, muito pelo contrário. Muitas ações positivas têm sido trabalhadas na escola. É importante destacar a convivência, a socialização, a aprendizagem, a troca de experiências.
    A escola deve desempenhar o seu papel, mas, deve também  cobrar responsabilidade da sociedade na solução de seus problemas.

       Qual é então a verdadeira identidade do professor? Qual o seu papel?

       Acreditamos também, que é alentador, a formação deste grupo de estudos com
entidades tão representativas, bem como,  a retomada da formação continuada. Formação continuada, é função do Estado propor, fazer acontecer e pagar. Ela é investimento, do ponto de vista da educação. Da mesma forma, ao(a) professor(a), cabe participar,  influenciar, se “empoderar” de conhecimento. A participação não pode ser voluntária.
       Professor(a) não é questão de voluntariado.
       Professor(a) não é questão de vocação.
       Professor(a) é questão profissional e , como tal, deve ser tratado.
       É preciso buscar a qualificação teórica, a reflexão da prática, a ética profissional... É preciso aprofundar a inserção, a participação e a vivência comunitária, o conhecimento “real” da realidade.

       A formação continuada deve ser permanente,  como prática educacional e profissional, não podendo se restringir a um período específico.
       É importante destacar, que a formação continuada, é somente uma face, do que precisa ser feito a nível de educação.  Como ação isolada pouco ajuda. Precisa fazer parte de um amplo projeto de priorização e investimento na educação.
     
       É preciso resgatar a dignidade, resgatar a autoridade, resgatar a auto-estima. É preciso resgatar o gosto de poder dizer: “Eu sou professor”, “ Eu sou professora”. É preciso possibilitar o resgate da esperança, o resgate  e  a construção dos sonhos. É urgente e necessária a valorização profissional com capacitação permanente, compromissos recíprocos e pagamento salarial adequado. É preciso que a educação volte a encantar, de modo a manter e trazer os melhores profissionais para a educação. Já não basta a retórica, já não basta o “fazer de conta”. A educação exige compromisso.
       A educação precisa ser prioridade de fato:
                     Prioridade da sociedade;
                     Prioridade do Estado;
                     Prioridade do professor; da professora;
                     Prioridade da família ; prioridade do aluno.
       
    Ensinar e aprender, não se faz  somente “brincando”. Ensinar e aprender, não se faz somente com “aulas diferentes”. Ensinar e aprender exige esforço, sacrifício, dedicação, comprometimento e, principalmente, superação do comodismo. Ensinar e aprender exige querer, exige abrir-se para o novo. Ensinar e aprender é trabalho, exige concentração, reflexão e silêncio.
    Na vida, nem na escola, podemos nos dar ao luxo de fazer somente o que  é agradável, o que é diferente, o que se gosta, o que não é cansativo. Não é questão de gostar, nem de não gostar.
    A criança precisa ser trabalhada a vencer desafios, a superar obstáculos, a sentir o gosto da vitória. A criança precisa ser ensinada a gostar do seu chão, das suas raízes. Precisa aprender a gostar do que se faz, independente se isto é agradável ou não. As aulas devem gerar aprendizagem, troca de experiências, devem gerar conhecimento, devem gerar um novo ser.
   O professor(a) tem o compromisso moral e ético de pautar as suas convicções nas relações da escola, de ser autoridade no ato de ensinar e aprender.
   Professor(a) não quer só “salário e comida”
   Professor(a) quer que o tratem como gente
   Professor(a) quer que o paguem como gente
   Professor(a) quer ser gente."

Contribuições para discussão de FORMAÇÃO CONTINUADA               
    EEEF SANTA TERESINHA-VILA SIRIO-SANTO CRISTO
    Discussão: professores e professoras da escola
    Redator: professor Sinésio Jorge Kist
                                                      18.07.2011
     Fonte:      
http://cpers35.com.br/noticia01.htm  Três de Maio, Terça - Feira, 26 de Julho

segunda-feira, 25 de julho de 2011

25 de Julho - Dia Nacional do Escritor

O 25 de julho foi definido como dia nacional do escritor  por decreto governamental, em 1960, para homenagear o Escritor Brasileiro, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.


Dizia Monteiro Lobato:
“O escritor funciona qual antena - e disso vem o valor da literatura. Por meio dela, fixam-se aspectos da alma dum povo, ou pelo menos instantes da vida desse povo”.

E Pablo Neruda:
 "Escrever é fácil: começa-se com letra maiúscula e coloca-se ponto no final. E as ideias no meio."

Comentei isto, em outras palavras, em 2007, sem conhecer estas geniais frases: a importância histórica da literatura referida por Lobato; e a ironia fina de Neruda sobre tudo o que abarca a escrita de um texto. Leia, na postagem abaixo, meu texto "Literatura - algumas ideias".

LITERATURA – algumas idéias

 Publicado no DC em junho/2007.
Entendo que a Literatura como arte manifesta através da linguagem verbal é um instrumento capaz de recriar a realidade e estimular o ato de pensar, intrínseco à propriedade humana. 
Como arte, a Literatura se configura como um objeto cultural e social. Não existe literatura isolada do contexto social, ela sempre reflete a realidade histórica e/ou geográfica de uma cultura num determinado espaço/tempo. O escritor interpreta uma realidade em seus aspectos concretos e subjetivos e através de seu estilo e habilidades de expressão escrita, transporta a imagem desta realidade para uma obra literária.
Embora o ato de escrever seja de cunho estritamente individual e particular no que concerne à expressão da subjetividade, estilo e ideologia do autor, a obra que ele produz se reveste de cunho social pelas inúmeras vozes que se manifestam através do escritor. Neste sentido, a obra é o ponto de encontro e cruzamento das vozes externas (o contexto, o outro) com a voz interna (subjetividade do autor).
Digo encontro e cruzamento, pois estas vozes jamais se fundem. Podem assemelhar-se, quando então se confundem entre si. Podem integrar-se, seguindo juntas, paralelas, cada qual na sua essência, numa relação ora em conflito ora em harmonia. Se são iguais, não são duas, mas uma só, não podendo fundir-se algo em si mesmo. Se houver assimilação de uma em detrimento de outra, esta deixará de existir, absorvida pela mais forte. O único caso em que se poderia supor uma fusão seria quando se entrelaçam, aparando as diferenças e somando as identidades, mas aí já não serão mais duas, mas uma e terceira voz.
Desta forma, o ato de escrever é individual, particular, singular e uno, pois é o momento em que este encontro de vozes acontece e o autor decide e define de que forma este cruzamento será transmitido ao leitor. É quando ele interpreta as vozes que se cruzam fazendo surgir desse emaranhado, a sua obra, a voz da obra literária.
Analisando a Literatura como produto cultural, cito dois aspectos importantes a considerar: o investimento dos poderes públicos e a valorização da cultura literária pela sociedade.
Quanto ao primeiro, investir na Literatura é estar investindo em educação. A escrita é um dos mais importantes instrumentos de aprendizado e na Literatura ela se reveste de uma modalidade artística; ela é em si mesma, uma expressão de cultura. Então, considero de suma importância que os investimentos públicos sejam distribuídos equitativamente, não priorizando uma modalidade cultural em detrimento de outra, mais especificamente, em prejuízo da Literatura, tão somente porque as demais possuem maior apreciação social. Investir de acordo com as tendências sociais é submeter-se à lógica de um mercado consumista. E a Literatura nunca foi nem jamais deverá ser rebaixada a isso, nem mesmo aceitar as regras da massiva bitolação que este mercado busca incutir; senão deverá ela mesma estipular a cultura a que o mercado deve obedecer.  Pois, sem o texto literário não há letra de samba, não há dramaturgia, não há cinema, não há desenvolvimento da expressão verbal, nossa mais destacada forma de comunicação humana. Pode-se mesmo afirmar que o pensamento do ser humano se estrutura em palavras, pois são estas que definem as relações entre os objetos e as imagens. Tanto é que a criança torna-se capaz de compreender o mundo no momento em que começa a desenvolver a linguagem; tal qual a humanidade começou a produzir cultura histórica conforme desenvolveu sua comunicação verbal.
Investir na literatura não significa apenas fornecer uma verba, mas mobilizar os vários segmentos sociais para divulgar, promover e apoiar as iniciativas do setor literário que contemplam a produção local e nacional. Investir na cultura literária é propiciar um espaço aberto e convidativo, bem situado e ambientado, com pessoas dispostas a atender com cortesia ao público, onde o povo possa buscar orientações, elo de contatos e apoio em suas obras ou simplesmente para tomar conhecimento e apreciar o que é produzido ali em derredor. Pois, tão importante como conseguir apoio financeiro para publicar uma obra é obter orientações no processo de produção e apoio na divulgação da mesma.
Outro aspecto, o da valorização da literatura, está muito relacionado à formação da cultura literária e, nas escolas diz respeito ao desenvolvimento de talentos e apreciação literários. Mas, para isso, creio que se faz necessário, em primeiro lugar o desenvolvimento de bons leitores. Não se aprende a escrever sem saber ler, mas sabendo ler bem, para escrever basta ter o que dizer, a quem dizer e vontade de dizer. O “como” dizer/escrever é o que se pode e deve aprender e lapidar depois.
Sem leitores, o escritor não encontra eco para sua obra, logo, torna-se sem sentido o ato de escrever, pois quem escreve, escreve algo para ser lido por alguém, ou seja, o escritor só se realiza no encontro de sua obra com o leitor. E creio que a maior dificuldade atualmente do setor literário é esta: a de divulgar e conseguir fazer sua produção chegar ao destino, ou seja, fazer as obras serem lidas, fruídas pela população. Posto isso, se escreve, se aprimora com o exercício e se cultiva o talento da escrita literária que brota espontaneamente.
Neste aspecto, parece-me que algumas teorias pedagógicas têm andado meio na contramão, preconizando tanto ou mais o incentivo da escrita quanto a leitura. E se cria a falsa idéia de que todos têm de escrever, todos são capazes de produzir obras fantásticas que, por outro lado, também serão lidas e apreciadas por todos. Ledo engano! Aí tem-se esta realidade onde muitos querem escrever sem ter o que dizer, onde muitos querem “ser lidos” sem ler, onde muitos querem ser apreciados sem ter desenvolvido a capacidade de apreciar para saber como qualificar a apresentação do conteúdo que possuem. Mais leitura e mais análise de texto, mais gramática e mais conteúdo geral é o que se faz necessário para uma produção literária melhor, apreciação literária mais ampla e um consequente fomento ao enriquecimento cultural da sociedade em aspectos gerais.
Nélsinês

25 de julho - José Mauro de Vasconcelos

Biografia

José Mauro nasceu em Bangu no Rio de Janeiro em 26 de fevereiro de 1920 e faleceu em 25 de julho de 1984, aos 64 anos de idade em São Paulo, capital.

Sua família era muito pobre, e quando ele era ainda muito jovem, ele migrou para Natal, onde parentes cuidaram dele. Entrou na Faculdade de Medicina, mas abandonou o curso de estudos no segundo ano e retornou ao Rio de Janeiro onde trabalhou como instrutor de boxe e até mesmo como modelo de um pintor.

José Mauro de Vasconcelos tem nas veias sangue de índia e português. Nasceu em Bangu, Rio de Janeiro, e passou a infância em Natal, onde foi criado com muito sol e água. Aos nove anos de idade aprendeu a nadar, e com prazer relembrava os dias de contentamento, quando se atirava às águas do Potengi, quase na boca do mar, a fim de treinar para as provas de grande distância. Com freqüência ia mar a dentro, protegido por uma canoa porque a barra de Natal está sempre infestada de tubarões. Ganhou vários campeonatos de natação e, como todo garoto, gostava de futebol e de trepar em árvores.
Mas o esporte, não constituía sua única preocupação. Depois do primário, aos 10 anos de idade já cursava o primeiro ano do curso ginasial, que terminou cinco anos mais tarde. Então, gostava dos romances de Graciliano Ramos, Paulo Setúbal e José Lins do Rego.
Depois do ginásio, os estudos de José Mauro como autodidata foram sempre feitos à base de trabalho. Seu primeiro emprego, dos dezesseis aos dezessete anos, foi treinador de peso-pluma; recebia 100 cruzeiros (velhos) por luta no Rio de Janeiro, pois aos quinze anos saíra de Natal para ganhar o mundo. No Estado do Rio, trabalhou numa fazenda em Mazomba, perto de Itaguaí, carregando banana. Depois, foi viver como pescador no litoral fluminense, onde não se demorou muito, partindo em seguida para o Recife. Ali, exerceu o cargo de professor primário num núcleo de pescadores. Da capital pernambucana, José Mauro saiu para começar incessante vai-vem, do Norte ao Sul, e vice-versa, permanecendo um pouco em cada lugar, para em seguida enveredar pelo sertão e viver entre os índios.
Dotado de prodigiosa capacidade inata de contar histórias, possuindo fabulosa memória, candente imaginação e com uma volumosa experiência humana, José Mauro de Vasconcelos não quis ser escritor, foi obrigado a sê-lo. Os seus romances, como lavas de um vulcão, foram lançados para fora, porque dentro dele o "eu" estava transbordando de emoções. Ele tinha de escrever e de contar coisas. Sua fenomenal produção literária, iniciada aos 22 anos de idade, ainda não chegou ao meio do caminho, porque ele está em plena ascensão, com inexauríveis reservas, que o levarão a posição ainda mais elevada nas letras nacionais.
O autor de belos romances tinha método originalíssimo. De início, escolhia os cenários onde se movimentarão seus personagens. Transporta-se então para o local, onde realizava estudos minuciosos. Para escrever Arara Vermelha, percorreu cerca de 450 léguas no sertão bruto.
Em seguida, José Mauro dá asas à sua fantasia e, na imaginação, constrói todo o romance, determinando até mesmo as frases da dialogação. Tinha uma memória que, durante longo tempo, lhe per­mite lembrar dos mínimos detalhes do cenário estudado. "Quando a história está inteiramente feita na imaginação", revelava o escritor, "é que começo a escrever. Só trabalho quando tenho a impressão de que o romance está saindo por todos os poros do corpo. Então vai tudo a jato".
Com o seu sistema de ficar dormindo na pontaria até que o livro todo esteja "escrito" na imaginação, contava José Mauro que, ao pôr-se em ação, na fase material de bater à máquina, tanto fazia escrever os capítulos, um. após outro, como dar saltos; depois de pronto o primeiro passa à conclusão do livro, sem antes ter elaborado o entrecho. "Isso", explicava o escritor, "porque todos os capítulos estão já produzidos cerebralmente. Pouco importa escrever a seqüência, como alterar a ordem. No fim dá tudo certinho".
Artista do cinema e da televisão, José Mauro já trabalhou em diversos filmes como Carteira Modelo 19, que lhe valeu o prêmio Saci como melhor ator coadjuvante, Fronteiras do Inferno, Floradas na Serra, Canto do Mar, do qual escreveu o roteiro, Na Garganta do Diabo, obtendo o prêmio Governador do Estado como melhor ator, A Ilha, conseguindo o prêmio de melhor ator pela Prefeitura, e culminando com Mulheres & Milhões, sendo laureado com o Saci de melhor ator do ano. Dos seus livros, "Meu pé de laranja lima", Vazante e Arara Vermelha foram filmados.
Na televisão, desempenhou numerosos papéis, destacando-se o de Padre Damião. Como ator, foi também talentoso; suas sóbrias interpretações alcançaram grande êxito.

Crítica

Conquanto dono de uma literatura leve e agradável, tendo feito grande sucesso junto ao público, a importância do trabalho de José Mauro não é devidamente reconhecida no Brasil.
A crítica francesa Claire Baudewyns afirma que há em suas obras algo "qui confère aux œuvres de José Mauro de Vasconcelos une poésie particulière née de l’alchimie entre monde réel et monde imaginaire." ("que confere às obras de José Mauro de Vasconcelos uma poesia particular, nascida da alquimia entre o mundo real e o mundo imaginário", numa tradução livre).

Obra

  • Banana Brava (1942)
  • Barro Blanco (1948)
  • Longe da Terra (1949)
  • Vazante (1951)
  • Arara Vermelha (1953)
  • Arraia de Fogo (1955)
  • Rosinha, Minha Canoa (1962)
  • Doidão (1963)
  • O Garanhão das Praias (1964)
  • Coração de Vidro (1964)
  • As Confissões de Frei Abóbora (1966)
  • Meu Pé de Laranja Lima (1968)
  • Rua Descalça (1969)
  • O Palácio Japonês (1969)
  • Farinha Órfã (1970)
  • Chuva Crioula (1972)
  • O Veleiro de Cristal (1973)
  • Vamos Aquecer o Sol (1974)
  • A Ceia (1975)
  • O Menino Invisível (1978)
  • Kuryala: Capitão e Carajá (1979)
Saiba mais sobre algumas de suas obras em http://ebooksgratis.com.br/tag/jose-mauro-de-vasconcelos/

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Prefeitura de Canoas quebra mais uma promessa feita a professores e Presidente do Sinprocan se diz “surpreso”.

Ou seja, ainda não será paga na folha de julho o valor da diferença salarial (dos poucos que ganharam a mais com o novo plano) dos meses de janeiro a junho. E este pagamento, ainda será parcelado, com nova previsão agora para “começar a ser paga” lá pelo dia 15 de agosto. A primeira é que seria em folha suplementar no início de julho segundo informações do próprio Sinprocan, cujo presidente continua confiando nas promessas de seus companheiros de partido. Depois, ficou para a folha de julho. Quais serão as novas em agosto?
Parece que a tal VPNI (valor pessoal nominalmente identificado; ou diria valor perdido não informado), ou os tais erros dos contracheques serão corrigidos em final de julho). Veremos...  
Leia a notícia inteira em mais uma ótima reportagem de Émerson Vasconcelos no jornal O Timoneiro.

Escândalos Federais “respingam” (?) em Canoas

Diretor petista gaúcho do Dnit libera R$ 30 milhões para prefeito petista construir 599 casas em Canoas

* Petista gaúcho, diretor do Dnit, Hideraldo Caron, assina convênio de R$ 30 milhões com prefeito do PT de Canoas, Jairo Jorge, contrariando pareceres da Adovacia Geral da União.
* Dinheiro de estradas do Dnit vai para construir 599 casas
em Canoas.
* Procuradores
apontam desvio de função, aditivos espertos, falta de amparo legal e falta de previsão orçamentária.

Clipping de reportagem da Agência Estado
Contrariando dois pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU), o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hideraldo Caron, orientou a aprovação de um contrato de R$ 30 milhões com a prefeitura de Canoas (RS), comandada pelo prefeito Jairo Jorge, do PT. O convênio foi assinado em janeiro de 2010 e até agora não saiu do papel.

O dinheiro do contrato, celebrado em 2010 pelo prazo de dois anos, não é para melhoria de estradas. É destinado à construção de 599 unidades habitacionais para 2 mil sem-terra que ocupam a chamada "Vila do Dique", um terreno próximo à construção da BR-448, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que liga Porto Alegre a outras cidades gaúchas.”

Acesse http://polibiobraga.blogspot.com/

para ler a reportagem completa, e também, para ver e ouvir Nivaldo Cordeiro falar sobre a corrupção no ministério dos Transportes.


Outra:
Advogado defensor de petistas e de Nardoni casa na Itália e juiz do Supremo indicado por Lula vai à festa. E o brasileiro fica nessa...
Leia mais no Blog do Políbio.

EX-PRESIDENTE LULA já está no céu

Não é bem pra onde queremos mandá-lo, nem pra onde seus defensores temem que tenha ido. Mas, Lula, sim, segundo seu discurso também “já está no céu”. Com certeza, ele não tem nenhum dos “tesouros espirituais”, por isso se esforçou tanto para conseguir “seu reino”, aqui, mais propriamente, no Brasil. Segundo ele mesmo, Porque um cara que levanta de manhã todo o dia, come do bom e do melhor, viaja para onde quer, janta do bom e do melhor, passeia, esse já está no céu.” E, “o cara” não é ele mesmo?   Então, turma de esquerdistóides, temos de pegar o dele e repartir! Não é essa a ideologia socialista???
Também não concordo que o coitado que se levanta de manhã, de sol a sol, no cabo de uma enxada, não tem uma maquininha para trabalhar, tem que cavar cada covinha, colocar lá e pisar com pé, depois não tem água para irrigar, quando ele colhe não tem preço” tenha de aceitar tal situação. Mas, é por isso que elegeu um que se dizia “companheiro”, para que fizesse uma política mais justa. Mas, deu no que deu, esse virou palanqueiro traidor e nada mais fez que intensificar o que havia de bom e de ruim no anterior.
Mas, o Reino de Jesus é muito Superior ao do “cara” e da “coroa”. E também disse: “Guardai-vos  escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que esteja na abundância,  não depende de suas riquezas.” (Lc 12,15)
Leia em http://www.claudiohumberto.com.br/principal/  (22/07/2011 | 10:05)  sobre discurso  na Bahia onde Lula chama de bobagem parábola bíblica.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Aos meus amigos, Felizes sejam todos os dias!!!

"Cada novo amigo
 é um pedaço de nós mesmos
reconquistado."
"A amizade é como o sol: nuvens podem encobri-lo, mas ele existe."
(autoria desconhecida)
 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Impostômetro


O Impostômetro nacional, patrocinado por entidades civis em São Paulo, ultrapassou ontem à noite os R$ 780 bilhões. É o montante de dinheiro que o brasileiro já pagou em impostos desde janeiro.

domingo, 17 de julho de 2011

aos colorados e gremistas também

Acesse o blog de Marinês Bonacina  http://marinesbonacina.blogspot.com/  e leia mais sobre:

IV CONCURSO “SPORT CLUB INTERNACIONAL” DE CONTOS, CRÔNICAS, POESIAS e HISTÓRIAS DO INTER.


FECI - FUNDAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO SPORT CLUB INTERNACIONAL
 Av. Padre Cacique, 891. B. Menino Deus 2º andar do Gigantinho- CEP. 90.810-240. Porto Alegre/RS.
Fone:(51) 3230.4671- 96044357- 97727587.  E-mail: fecinter@gmail.com –mbjornal@hotmail.com

Horário: segunda a sexta-feira, das 9:00 às 18:00hs. Fundação 22/07/1976. CNPJ 90.967.241/0001-05.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O certo e o errado no ensino da Língua Portuguesa

Chegou aos noticiários nacionais o dilema de cada professor de língua portuguesa: diante das novas teorias linguísticas e, em especial, da sociolinguistica, como lidar com variações como “nós pega” ou “os carro” em sala de aula? Simplesmente apontar o erro seria reforçar o que tem se chamado de preconceito linguístico, mas deixar de fazê-lo poderia colocar a disciplina num limbo perigoso onde o vale-tudo acaba com a especificidade da disciplina.
O tema ganhou relevância graças à polêmica provocada pelo livro Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender – adotado pelo Ministério da Educação (MEC) e distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA) a 484.195 alunos de 4.236 escolas. Confira um trecho do livro, publicado pela Editora Global:
“Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico (…) Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.”
Professores respeitados, como Claudio Moreno, foram enfáticos na defesa do ensino do português chamado padrão, reafirmando que o papel da escola é ensinar o futuro cidadão a se utilizar da língua escrita culta, “cujas potencialidades espantosas aparecem na obra de nossos grandes autores”. Para Moreno, “os lingüistas sabem que nosso idioma é muito mais amplo do que a língua escrita culta que é ensinada na escola — mas a escola sabe, mais que os lingüistas, que essa é a língua que ela deve ensinar”.
Por outro lado, lingüistas de consistente formação acadêmica, como Pedro Garcez, reiteraram que não é uma questão de certo e errado, mas de adequação: “de certa forma, todos nós brasileiros produzimos frases com falta de concordância. Isso do nosso ponto de vista não é erro, é a linguagem natural. Esse é o português brasileiro.”, afirma o professor da UFRGS.
Claro que a questão é mais profunda do que esses exemplos um tanto grosseiros pegos pela mídia, pois outras tantas construções corriqueiras são erradas do ponto de vista gramatical, mas continuam sendo repetidas por pessoas das mais variadas classes sociais e pela própria mídia. Exemplos? “Tu vai”, “duzentas gramas”, “Houveram momentos”, “Me empresta”, “Ele trouxe para mim ver”, “Assisti o show”, etc.
No fundo o que está em jogo é a entrada de novos atores sociais no dia a dia da língua portuguesa, com suas influências e estilos. O paulistano usa “então” no começo de cada frase, um vício de linguagem horrível, mas nem por isso se discrimina o paulistano ou, por outro lado, se usa isso em filmes, novelas e livros didáticos. Mesma coisa o “r” carregado dos cariocas ou o “tu vai” dos gaúchos. Essas são as variações geográficas, por isso não causam tanto furor como as variações sociais, marcas linguísticas de classes ou grupos sociais específicos. Essa variação pode ser de interpretação, léxico, sintaxe e até ortografia (como os sempre criticados “vc” ou “tb” da Era Digital).
E o professor, em sala de aula, faz o quê? Uma das formas de lidar com o problema sem encara-ló de frente tem sido concentrar o trabalho com a Língua Portuguesa em textos, evitando a normatização da gramática e da ortografia. Mas será que, afora os exageros, não é importante que os jovens tenham um conhecimento técnico de sua língua, e não apenas intuitivo, para melhor interpretação, correção, clareza e variação na leitura e na produção textual? Não será importante, especialmente aos futuros profissionais da língua, como comunicadores, advogados, professores de todas as áreas, cientistas sociais, etc, saber onde se utiliza ou não o “a” craseado, a vírgula, a preposição antes do “que”? E não é importante que, para isso, eles saibam pelo menos o que é um sujeito, um verbo, um objeto, um adjunto adverbial? Um adjetivo, um advérbio, um substantivo, um pronome, uma preposição?
Pode parecer espantoso, mas nem sempre eles sabem. Não com facilidade. Vejamos um exemplo bem prático do meu dia a dia em sala de aula, a frase "A expansão desenfreada da cidade é uma grande ameaça para seu desenvolvimento". Para muitos, o verbo é "expansão", o que pode causar grande confusão na hora de concordar o verbo com o sujeito e faria com que muitos escrevessem essa frase com “Há” ou “À” no lugar do “A”. Adiante, poucos percebem que “seu” é um pronome que retoma “a cidade”, ainda que um esteja no masculino e o outro no feminino.
Claro que o mais importante não é a gramatiquice, é que nosso cidadão saiba expressar-se com coerência, coesão e, mais ainda, tenha postura crítica e ideias originais. Também é importante, entretanto, que não sejam sonegadas desse cidadão as regras sociais, incluindo aí o português padrão, pois ali adiante esse desconhecimento pode acabar excluindo, ou, pelo menos, subvalorizando pessoas de alta capacidade e que lutaram muito para reescrever seus destinos.
O papel da escola, enfim, é apresentar e ensinar ao aluno a variante “culta” da língua: aprender ou não, interessar-se ou não por ela, é um direito do aluno, mas se ele precisar dessa variante e não conhecê-la por omissão da escola teremos praticado, sem exagero, um crime. Dos grave.

07/06/2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pauta apresentada pelo SINPROCAN

Esta pauta foi entregue pelo Sinprocan aos representantes do Poder Executivo e legislativo na manifestação de ontem. No meu entender, necessita de reformulação pois não contempla alguns aspectos críticos do novo plano de carreira e outros não expressam adequadamente o que se pleiteia.
Cabe, pois, novaa reuniões e assembléia da categoria para formulação de uma proposta definitiva.
  

Pauta de reivindicações

Apresento aqui a Minha Pauta de reivindicações. Logo colocarei as que os SINPROCAN apresentou para que os colegas possam avaliar e acrescentar itens.

1.     Que a PMC pare de propagandear o novo Plano de Carreira do Magistério e demais ações do modo como vem sendo feito (como se fosse perfeito e incontestável, como se os professores tivessem passado a receber uma fortuna e como se as escolas agora estivessem uma maravilha) antes de reunir toda categoria para responder às dúvidas sobre o Plano, artigo por artigo, e os problemas enfrentados nas escolas.
Obs.: O próprio plano, ao instituir a VPNI (Vantagem Pessoal Não Identificada – a ser recebida por quem, por ocasião do reenquadramento vir a receber menos que em 31/12/2010), indica que houve perdas dos profissionais e isso já é suficiente para se considerar o mesmo não de acordo com o que se propõe: o de valorizar a classe.
2.     Que a PMC não faça das escolas palcos de discursos políticos e de suas ações uma imagem de benfeitorias de extrema bondade e desprendimento de seus gestores, como se fossem presentes pessoais à população.
3.     Que a PMC gaste menos com propagandas caríssimas e invista mais em material informativo útil ou outro tipo de recursos mais simples e necessários.
4.     Que a Prefeitura reserve um dia inteiro para ouvir a categoria (apelos e sugestões) e só depois, em vez de gastar com propaganda, forneça por escrito (em material sem ostentação) as respostas aos questionamentos e propostas da categoria.
5.     Que não obrigue a categoria a “perder” um dia inteiro como o 25 de fevereiro, sem antes procurar saber o que os professores e as escolas realmente necessitam. Que apresente os custos desse dia (show do “Nenhum de nós” etc.), comparando-os aos de uma explanação sobre o novo Plano de Carreira, esperados para esse dia (já que alegam que o descontentamento dos professores se deve à desinformação).
6.     Que a Prefeitura reveja o Decreto sobre a Licença-prêmio.

Contaram apenas os guarda-chuvas...

Na nossa manifestação de ontem, contaram apenas os guarda-chuvas, não quantos havia embaixo desses. Por duas razões:
- porque continuam nos olhando de cima;
- porque vêem e dizem só o que lhes interessa.

ou, talvez, por três outras razões:
- porque contaram os guardas postados na entrada da prefeitura, julgando-nos capazes de invadi-la como arruaceiros;
- contaram os brigadianos que chamaram com medo que atacássemos alguém com "beijos e abraços";
- porque não saibam contar além de uma certa quantidade... hi hi hi

Parabéns, colegas corajosos! Um lamento aos ausentes de todos os tipos de razão...
Leia mais sobre a manifestação na reportagem de Emerson Vasconcelos em:

Intimidação e recado aos pais enfurece magistério