quarta-feira, 25 de julho de 2012

25 de Julho - Dia do Colono



Não podia deixar de escolher o personagem Chico Bento de Maurício de Souza  que tão bem ilustra a vida rural (e principalmente da infância rural) para ilustrar este post.

Esta data comemorativa - "Dia do Colono" 

foi instituída pela Lei Nº 5.496, 05/09/1968.

Colono era o trabalhador rural estrangeiro que veio para o Brasil logo após o fim da escravidão, no fim do século XIX, início do século XX, para substituir os escravos nas lavouras, em especial as de café. Eles trabalhavam em regime de colonato, ou seja, moravam em casas dentro da fazenda, trabalhavam nas lavouras e recebiam em troca uma parte da colheita ou então podiam cultivar para seu próprio sustento em certas partes de terra.
Eram trabalhadores livres e chegavam ao Brasil com o sonho de, com seu trabalho, comprar terras no país. Sonho este impensável na Europa de então. Mas as condições de contrato eram regulamentadas por lei e sempre beneficiavam mais os fazendeiros, que os trabalhadores. Assim, os colonos jamais liquidavam suas dívidas e continuavam dependendo do fazendeiro. Mesmo assim muitos colonos conquistaram sua independência e até se tornaram grandes fazendeiros no país.
Hoje, no Sul do país, onde a imigração foi mais forte, a palavra ainda é usada para os trabalhadores rurais que tiram da terra seu sustento e para os descendentes dos antigos colonos. Existem as feiras dos colonos, onde eles vendem de frutas e verduras a doces e artesanato.


E neste dia, minha homenagem a todos os amigos e conterrâneos de BVB!


E não podia deixar de lembrar a música de nosso saudoso Teixeirinha:



O Colono -  Teixeirinha

Fonte: http://letras.mus.br/teixeirinha-musicas/203135/ 

 

Eu vi um moço bonito, numa rua principal

Por ele passou um colono, que trajava muito mal

O moço pegou a rir, fez ali um carnaval

Resolvi fazer uns versos, pra este fulano de tal.



Não ri seu moço daquele colono
Agricultor que ali vai passando
Admirado com o movimento
Desconfiado lá vai tropicando
Ele não veio aqui te pedir nada
São ferramentas que ele anda comprando
Ele é digno do nosso respeito
De sol a sol vive trabalhando
Não toque flauta, não chame de grosso
Pra ti alimentar, na roça está lutando.
Se o terno dele não está na moda
Não é motivo pra dar gargalhada
Este colono que ali vai passando
É um brasileiro da mão calejada
Se o seu chapéu é da aba comprida
Ele comprou e não te deve nada
É um roceiro que orgulha a pátria
Que colhe o fruto da terra lavrada
E se não fosse este colono forte
Tu ias ter que pegar na enxada.
E se tivesse que pegar na enxada
Queria ver que mocinho moderno
Pegar no coice de um arado nove
E um machado pra cortar o cerno
E enfrentar doze horas de sol
Num verão forte tu suavas o terno
Tirar o leite, arrancar mandioca
No mês de julho no forte do inverno
Tuas mãozinhas finas delicadas
Criava calo e virava um inferno.
Este colono enfrenta tudo isto
E muito mais eu não disse a metade
Planta e colhe com suor do rosto
Pra sustentar nós aqui na cidade
Não ri seu moço mais deste colono
Vai estudar numa faculdade
Tire um "dr", chegue la na roça
Repare lá quanta dificuldade
Faça algo por nossos colonos
Que Deus lhe pague por tanta bondade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário