quarta-feira, 21 de setembro de 2011

21 de setembro - Dia da Árvore

Da
semente
adormecida na terra/
nasceu o sonho de luz num dia:/
tornar-se grande, nobre e bela./ árvore frondosa
de funda raiz/ de flores muitas, orvalhadas/ na bênção dos céus
a embalar/ gorjeios de aves e ninhos tantos/ por bem houvessem nesta paz/
E floriu sorrindo, a primavera/ ao ver os brotos rasgando o chão/
mais uma promessa de imenso valor/ no verão de brisas já se engalanavam/ extensas planícies, vales e montes/ que no outono esplendores de ouro/ vergavam frutos de seiva doce e sabor./ No inverno, o frio de açoites/ ensinou a árvore a fingir-se de morta/ sopro divino, mais tarde, a reflorescer./
Viveu a árvore, assim, cercada de irmãs/ dezenas de anos e séculos até/
até que numa escura noite de insônia/
o triste homem seu tronco sangrou/ tombou a árvore
tristes verdes prantos/pradarias de amores
tornados  desertos/
é serra e machado
plaina, prego e fogo/
deu-lhe   o  homem
um destino e jaz nela/
enfim, seu vil,  cruel
destruidor/ levado ao
 enterro no negro ataúde/
não tem da semente, seu corpo, a glória/
que engendra outra vida que ainda palpita/ e renasce na terra fecunda.

Nélsinês

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