domingo, 1 de janeiro de 2012

1º de Janeiro (I)

DE  JANEIRO  (I)

Céu nublado, terra seca,

homens cavando pão.
Sapos coaxam tristes,
roseiras amarelecem
sem qualquer botão.
Nada há de novo...
Sopra hoje a mesma brisa
que ontem nos engalanava.
Há projetos e retrospectos
pairando no ar
céu, terra e mar...
Todos cumprem seus destinos
no grande curso sideral:
nascer, viver, morrer
surgir, existir, sumir...
Nada é eterno,
será tudo vão?
1" de janeiro... depois, dois.
Mais tarde fevereiro
nada muda, não!
O homem segue a trajetória
rumo ao próprio fim...
que não explica, não entende...

E na louca corrida das horas,
o que busca é um sentido,
uma razão para justificar
seu cotidiano, sua existência.
Assim passa o primeiro dia,
do primeiro mês do ano.
Assim se passa o ano,
e sua vida assim passa,
sem que encontre sua essência
de ser homem e não animal, apenas...
Enquanto na inconsciência
da humanidade do seu ser,
da razão superior da espiritualidade
sobre a animalidade de sua matéria,
será senhor, mas, não será tudo!
E não atingirá
a glória de sua transcendência!
(1985)

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