domingo, 17 de abril de 2011

O que você sabe sobre nossos Números?

             Os números que escrevemos são formados por algarismos (1, 2, 3, 4, etc.) chamados de algarismos indu-arábicos, para distingui-los dos algarismos romanos (I; II; III; IV; etc.). Os árabes popularizaram esses algarismos, usados pelos hindus. Sua origem remonta aos tempos dos mercadores fenícios que os utilizavam para contar e para fazer a contabilidade comercial.
           O termo algarismo vem do nome de um matemático árabe - Mohammed Ibu Musa al-Khowarizmi, que escreveu e traduziu muitas obras matemáticas levadas pelos árabes ao Ocidente.
Mas... você já se perguntou alguma vez, por que "zero" é 0, “um” é 1, “dois” é 2, “três é 3 e assim por diante até o nove? A observação de que os símbolos usados para a representação dos algoritmos do sistema de numeração indu-arábico que utilizamos é arbitrário, procede em parte, pelas formas atuais de seus traçados, pois na sua origem não era.
Qual a lógica que existe nos algarismos arábicos? Fácil, muito fácil se observarmos sua representação escrita original. É a quantidade de ângulos no algarismo. Cada algarismo relacionava a quantidade representada com a quantidade de ângulos desse traçado, por isso o zero é redondo e não possui nenhum ângulo.
Veja como eram escritos os algarismos na sua forma primitiva e constate! Nós é que acabamos arredondando as formas de alguns deles e perdemos a noção de que o traçado do símbolo representa a exata quantidade que ele representa.


É nossa mania de depreciar tudo o que faz parte das tradições, de esquecer o valor do que foi construído antes de nós, de julgar como válido só aquilo que nós inventamos, como se as nossas descobertas não partissem do ponto onde as anteriores nos levaram.


Romanos e maias não conseguiram representar o zero e a representação de quantidade desses povos não alcança a capacidade de grafar quantias muito grandes. Por isso, muito inteligentemente, os Europeus convencionaram para ser utilizado mundialmente o sistema que temos, o indu-arábico, relegando os demais a simples memória cultural. Querer resgatar fórmulas e estratégias amadoras de resoluções matemáticas é o mesmo que querer jogar fora a invenção da escrita e representação simbólica para voltar à contagem com pedras e nós feitos em cordas. Vale, sim, e muito, conhecê-las para enriquecimento da cultura geral e também para compreender e justificar a seleção acadêmica dos conhecimentos escolares constantes nos currículos. Estes que, muitas vezes são julgados como sendo, apenas, uma imposição cultural de grupos que detêm o poder (europeus ou norteamericanos).

Moral da história: “Nunca é tarde para aprender”, para descobrir a origem dos saberes esquematizados academicamente e a razão de sua validação histórica. Mas, sempre é cedo para julgar negativamente o que nos ensinaram... e o que não aprendemos... e aqueles que nos ensinaram o que sabiam, para que pudéssemos, a partir disso, aprender mais e além do que conheciam para ensinar.
Nélsinês (30/05/2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário